Riscos e sintomas da apneia do sono | ResMed Portugal

Sintomas e riscos da apneia do sono

Homem boceja enquanto conduz

A apneia do sono é um distúrbio grave do sono que pode aumentar o risco de desenvolver outras condições crónicas e com risco de vida.

A boa notícia é que a apneia do sono é tratável. Descobrir se está em risco é o primeiro passo para melhorar a sua saúde.

Quais são os sinais e sintomas da apneia do sono?

A apneia obstrutiva do sono pode afetar pessoas diferentes de maneiras diferentes. Talvez os seus familiares lhe digam que ronca alto ou que faz sons ofegantes ou sufocantes durante o sono. Ou talvez se sinta afetado por alguns dos sinais e sintomas menos conhecidos, como:

  • Fadiga
  • Problemas de memória
  • Dores de cabeça matinais
  • Depressão
  • Sonolência diurna excessiva
  • Sono pouco descansado
  • Sensação de depressão ou mau humor1
  • Suores noturnos2
  • Ganho de peso 3
  • Disfunção sexual e/ou diminuição da libido4
  • Micção frequente à noite5

Se algum destes sintomas lhe é familiar, por que não gastar alguns minutos e fazer uma simples avaliação do sono online? Esta irá dizer-lhe se é provável que tenha  apneia  do sono e pode iniciá-lo numa viagem em direção a um sono mais saudável e a uma melhor qualidade de vida.

Riscos para a saúde da apneia do sono não tratada

Estudos clínicos demonstram que as pessoas que sofrem de apneia do sono não tratada correm um risco maior de sofrer de problemas de saúde graves:

Pressão arterial elevada

Até 1 em cada 3 pessoas com pressão arterial elevada também sofre de apneia do sono.

43% das pessoas que sofrem de apneia do sono ligeira e 69% das pessoas com apneia do sono grave têm pressão arterial elevada.6

Doenças cardíacas

A apneia do sono pode aumentar o risco de sofrer de doenças cardíacas e acidente vascular cerebral.

Até 76% das pessoas com insuficiência cardíaca estável também têm apneia do sono.7 

Diabetes tipo 2

Quase 1 em cada 2 pessoas com diabetes tipo 2 também sofre de apneia do sono.8

Estudos demonstram que a apneia do sono pode afetar a capacidade do corpo usar a glicose e a insulina.

Hipertensão

A apneia do sono está fortemente associada à hipertensão, independentemente de outros factores de risco.

83% das pessoas com hipertensão resistente aos medicamentos também têm apneia do sono.9

Acidente vascular cerebral

Vários estudos demonstraram que as pessoas com apneia do sono correm um risco maior de sofrer um AVC10.

Entre pessoas com AVC recente, entre 44% e 72% tinham apneia do sono.11

Obesidade/excesso de peso

O aumento de energia resultante do tratamento da apneia do sono pode ajudá-lo a ter mais energia para fazer exercício, o que pode levar à perda de peso.

77% das pessoas obesas também sofrem de apneia do sono.12

A apneia do sono aumenta o risco de acidentes com veículos motorizados

Sabia que as pessoas que sofrem de apneia do sono têm até 2,5 vezes mais probabilidade de ter acidentes de viação do que as pessoas que não sofrem da doença?13

Um estudo realizado pela Universidade de Gotemburgo constatou que a apneia obstrutiva do sono está associada a um aumento do risco de acidentes com veículos motorizados13,14. Contudo, quando a apneia do sono é tratada com uma terapia eficaz, o risco é reduzido.

Imagem estilizada de um veículo motorizado a ir contra uma árvore

Quem corre risco de sofrer de apneia do sono?

A apneia do sono pode afetar qualquer pessoa, incluindo as crianças. Se sofre de apneia obstrutiva do sono, não está de certeza sozinho.

De acordo com a investigação científica mais recente15, mais de 936 milhões de pessoas em todo o mundo são afetadas.

Este número notável, que foi publicado na principal revista de saúde respiratória do mundo, é quase 10 vezes superior à estimativa da Organização Mundial de Saúde de 2007, que apontava para mais de 100 milhões. Estima-se que mais de 80% dos doentes não são diagnosticados6,16,17 e, consequentemente, não estão a receber tratamento que pode mudar a sua vida.

Existem também algumas diferenças significativas relacionadas com o género nos sintomas, diagnóstico, consequências e tratamento da AOS.

É mais provável que desenvolva apneia do sono se: 

  • Tiver excesso de peso ou for obeso, especialmente se tiver uma circunferência do pescoço grande18
  • De idade avançada19
  • Um homem ou uma mulher na menopausa20
  • Tomar sedativos, tais comocomprimidos para dormirou tranquilizantes21
  • For fumador(a) ou beber álcool à noite22,23
  • Tiver parentes com historial de apneia do sono24
  • Sofrer de congestão nasal ou tiver certas características físicas, como uma via respiratória estreita ou uma língua grande25

 

Referências

  1. Osman, Amal M., et al. Obstructive Sleep Apnea: Current Perspectives. Nature and Science of Sleep, 2018. 10: 21–34.
  2. Arnardottir Erna. S, et al. Nocturnal sweating—a common symptom of obstructive sleep apnoea: the Icelandic sleep apnoea cohort. BMJ Open, 2013.
  3. Lyytikainen P, et al. Sleep problems and major weight gain: a follow-up study. International Journal of Obesity, 2011. 35,109–114.
  1. Cho, Wook J., and Jeanne F. Duffy. Sleep, Sleep Disorders, and Sexual Dysfunction. World J Mens Health, 37(3): 261–275.
  2. [1] Ben Mansour, Amani, et al. Prevalence of nocturia in obstructive sleep apnea syndrome. European Respiratory Journal, 2015 46.
  3. Young T et al. Sleep Disordered Breathing and Mortality: Eighteen-Year Follow-up of the Wisconsin Sleep Cohort. Sleep (2008): 1071-1078.
  4. Oldenburg O et al. Sleep-disordered breathing in patients with symptomatic heart failure: a contemporary study of prevalence in and characteristics of 700 patients. Eur J Heart Fail (2007):251-7.
  5. Einhorn D, et al. Prevalence of sleep apnea in a population of adults with type 2 diabetes mellitus. Endocr Pract (2007): 355-62.
  6. Logan AG et al. High prevalence of unrecognized sleep apnoea in drug-resistant hypertension. J Hypertens (2001):22271-7.
  7. Bassetti CL et al. Sleep-disordered breathing and acute ischemic stroke: diagnosis, risk factors, treatment, evolution, and long-term clinical outcome. Stroke (2006): 967-72.
  8. O’Keeffe & Patterson. Evidence supporting routine polysomnography before bariatric surgery. Obes Surg (2004):23-6.
  9. Karimi M1, Hedner J1, Häbel H2, Nerman O2, Grote L1. Sleep apnea-related risk of motor vehicle accidents is reduced by continuous positive airway pressure: Swedish Traffic Accident Registry data. Sleep. 2015 Mar 1;38(3):341-9. doi: 10.5665/sleep.4486.
  10. Bonsignore, M.R., et al., European Respiratory Society statement on sleep apnoea, sleepiness and driving risk. Eur Respir J, 2021. 57(2).
  11. Benjafield et al. Estimation of the global prevalence and burden of obstructive sleep apnoea: a literature-based analysis. Lancet Respiratory Medicine 2019. http://dx.doi.org/10.1016/S2213-2600(19)30198-5.
  12. Mokhlesi, B. Obesity hypoventilation syndrome: a state-of-the-art review. Respir Care, 2010. 55(10): p. 1347-62; discussion 1363-5.
  13. Wimms, A., et al. Obstructive Sleep Apnea in Women: Specific Issues and Interventions. Biomed Res Int, 2016. 2016: p. 1764837.
  14. Webster, L.R., et al. Sleep-disordered breathing and chronic opioid therapy. Pain Med, 2008. 9(4): p. 425-32
  15. Wetter, D.W. and T.B. Young. The relation between cigarette smoking and sleep disturbance. Prev Med, 1994. 23(3): p. 328-34.
  16. Scanlan et al. Effect of moderate alcohol upon obstructive sleep apnoea. Eur Respir J. 2000; 16.
  17. Casale, M., et al. Obstructive sleep apnea syndrome: from phenotype to genetic basis. Curr Genomics, 2009. 10(2): p. 119-26.
  18. Deacon, N.L., et al., Treatment of Obstructive Sleep Apnea. Prospects for Personalized Combined Modality Therapy. Ann Am Thorac Soc, 2016. 13(1): p. 101-8.
  19. Wetter, D.W. and T.B. Young. The relation between cigarette smoking and sleep disturbance. Prev Med, 1994. 23(3): p. 328-34.
  20. Scanlan et al. Effect of moderate alcohol upon obstructive sleep apnoea. Eur Respir J. 2000; 16.
  21. Casale, M., et al. Obstructive sleep apnea syndrome: from phenotype to genetic basis. Curr Genomics, 2009. 10(2): p. 119-26.
  22. Deacon, N.L., et al., Treatment of Obstructive Sleep Apnea. Prospects for Personalized Combined Modality Therapy. Ann Am Thorac Soc, 2016. 13(1): p. 101-8.